É verdade, já há muito tempo que não escrevia aqui.
Na correria do dia a dia não há tempo para tudo...
Mas aparece sempre alguma coisa, felizmente, para nos despertar dessas letargias, e nos lembrar do que gostamos realmente de fazer.
E foi o que aconteceu.
Em fevereiro recebi um convite da Chiado Editora, para participar na VI Antoligia de Poesia Comtemporânea.
Apesar de já não escrever poemas há muito tempo, acabei por deixar a caneta correr e, assim, muito naturalmente, surgiu um poema do qual gostei.
Chamei-lhe 'Fruto':
E
esperei.
Não havia noticia mais triste
pela qual esperar.
Não havia noticia mais triste
pela qual esperar.
E ali
fiquei, presa ao momento,
como se
aquela nuvem cinzenta,
não
tivesse o sopro da brisa.
Como se
o dia parasse na noite,
como se
a frase terminasse no não.
E esperei.
Os anos passaram,
mas
algures parei no tempo,
A alma
sofria a espera,
o
coração fingia não sentir,
as horas
passavam,
mas era
só lá fora...
Lá
'fora'? ... Fora do quê?
De mim,
do meu espaço, do mundo, do universo...
Porque
não podemos fingir
que o
nosso espaço é diferente do dos outros?
E o
nosso tempo!
E não
é?
Os anos
passam num instante!
Ouvimos
dizer...
Passam?!
Quem
espera...
Para
quem espera o tempo não é igual
Estão
a ver aquela fila? É tão fugaz...
Dá
a volta ao quarteirão?
Mesmo
assim!
A minha
fila foi a dor
e a
ferida da espera
tem cura
apenas pelo amor.
O Lançamento dos 2 Tomos foi dia 21/03, dia da Poesia, no Casino de Lisboa, na Expo.
Alguns poemas foram lidos pela Custódia Galego, pelo Carlos M. Cunha e pelo representante da Chiado.
No final entregaram os Diplomas a todos os poetas.
Enfim... foi mais uma experiência.