23 de março de 2015

Entre o Sono e o Sonho...



 

 É verdade, já há muito tempo que não escrevia aqui.
Na correria do dia a dia não há tempo para tudo...
Mas aparece sempre alguma coisa, felizmente, para nos despertar dessas letargias, e nos lembrar do que gostamos realmente de fazer.
E foi o que aconteceu.
Em fevereiro recebi um convite da Chiado Editora, para participar na VI Antoligia de Poesia Comtemporânea.
Apesar de já não escrever poemas há muito tempo, acabei por deixar a caneta correr e, assim, muito naturalmente, surgiu um poema do qual gostei.
Chamei-lhe 'Fruto':

E esperei.
Não havia noticia mais triste
pela qual esperar.
E ali fiquei, presa ao momento, 
como se aquela nuvem cinzenta, 
não tivesse o sopro da brisa.
Como se o dia parasse na noite, 
como se a frase terminasse no não.
E esperei.

Os anos passaram, 
mas algures parei no tempo,
A alma sofria a espera,
o coração fingia não sentir, 
as horas passavam, 
mas era só lá fora...

Lá 'fora'? ... Fora do quê? 
De mim, do meu espaço, do mundo, do universo... 
Porque não podemos fingir
que o nosso espaço é diferente do dos outros? 
E o nosso tempo! 
E não é?

Os anos passam num instante! 
Ouvimos dizer...
Passam?!
Quem espera... 
Para quem espera o tempo não é igual 
Estão a ver aquela fila? É tão fugaz...
Dá a volta ao quarteirão? 
Mesmo assim! 
A minha fila foi a dor
e a ferida da espera 
tem cura apenas pelo amor.


O Lançamento dos 2 Tomos foi dia 21/03, dia da Poesia, no Casino de Lisboa, na Expo.
Alguns poemas foram lidos pela Custódia Galego, pelo Carlos M. Cunha e pelo representante da Chiado.
No final entregaram os Diplomas a todos os poetas.


Enfim... foi mais uma experiência.

















Mais livros para oferecer neste Natal...


Sendo o meu livro sobre Sintra, lembrei-me de um conceituado escritor que aqui viveu durante uns tempos: Hans Christian Andersen.
Hans Christian Andersen nasceu a 2 de abril de 1805 numa família dinamarquesa muito pobre. A sua mãe era lavadeira e o seu pai, apesar de bem letrado, sustentava a família trabalhando como sapateiro.
Toda a família vivia num único quarto.

O pai, com a juda de um teatro de fantoches, costumava encenar peças de Shakespeare, pois era um admirador do dramaturgo inglês, e conhecia muitas obras de memória.
Quis ser actor, cantor, e bailarino; mas acabou por criar contos infantis para leitores de todas as idades.

Andersen conheceu inúmeras personalidades da cultura de sua época, entre as quais Alexandre Dumas, Honeré de Balzac, Henrik Ibsen, Richard Wagner, , Victor Hugo, Franz Liszt, Johannes Brahms e Charles Dickens, de quem foi grande amigo.

Escreveu 156 contos, entre eles:
O Soldadinho de Chumbo, O Patinho Feio, O Fato Novo do Imperador, A Polegarzinha, A Princesa e a Ervilha.
Podem ver alguns no site:

Em homenagem a Andersen, a data de seu nascimento, 2 de abril, foi instituída como Dia Internacional do Livro Infantil.

A estátua da Pequena Sereia, em Copenhaguem, é uma homenagem ao escritor.
A Pequena Sereia foi transformada em desenho animado pelos estúdios fundados por Walt Disney.

Em 1866 Hans ficou hospedado na casa de José O’Neill, num pequeno lugar construído entre rochas e verdura.
Desta Quinta, Andersen conseguia ver a estrada para Sintra. Observava o Palácio e comparava as suas chaminés a 'duas garrafas de champanhe'.
Também apreciava fazer o caminho para a Serra, e no seu cimo deslumbrava-se com a paisagem que avistava: para norte o Convento de Mafra, para poente o Oceano, e, na direcção de Lisboa, os montes para lá do Tejo.
Visitou também a Quinta da Penha Verde, do Vice-Rei da India, o Palácio de Monte Cristo, e o Palácio do rico inglês Cook: o Palácio de Monserrate. Estas visitas foram feitas na companhia do poeta Edward Lytton, que passava o verão em Sintra, juntamente com a sua esposa.
Admirou o estilo rococó do Palacete de Seteais, e o Palácio da Pena, que considerou: 'Diferente, belo e pitoresco, o palácio de verão de D. Fernando eleva-se no alto, dominando toda a região”.
Ainda visitou o Conde de Almeida, no Palácio Pombal, edificio algo mourisco, com os seus terraços ajardinados.
No final, já de volta a Lisboa, comentou em jeito de despedida: 'O dia da partida aproximava-se. Custou-me separar-me do meu caro e generoso amigo José e de toda a beleza de Sintra. Em vertiginosa corrida, com o vento a assobiar, regressámos à «Quinta do Pinheiro»'.