30 de agosto de 2016

Sobre Antas e Dolmens...

De vez em quando lá 'tropeçamos' nestes monumentos, por vezes tão escondidos no nosso país.
Existem mil e uma informações sobre festas e romarias das nossas terrinhas, mas se procuramos uma Anta... Ninguém sabe onde fica. Por vezes, nem sabem o que é.


Antas são construções megaliticas, ou seja, do grego mega e lithos, pedra
Daí o 'Lithos' na placa
Sim, fui saber :)
São típicas das sociedades pré-históricas, edificadas essencialmente no perído neolítico (por vezes também na idade do Cobre e do Bronze) com objectivos simbólicos, religiosos e principalmente funerários.
As primeiras construções megalíticas, da Europa Ocidental, localizam-se em Portugal, e datam de finais do VI milénio antes da nossa era.




Esta Anta, conhecida também como Anta da Casa dos Mouros está situada no topo de um planalto a 50 metros de altitude, onde o rio Frio desemboca no rio Tejo, na Freguesia de Ortiga, Conselho de Mação, a escassos metros da linha ferroviária de Beira Baixa.
Está incluída no grupo dos dolmens mais antigos do Atlântico.
Coberta com uma vegetação rasteira, alguns arbustos e oliveiras, foi identificada no inicio dos anos setenta, e nas suas redondezas encontraram também fragmentos cerâmicos e pontas de setas, que permitiu enquadrar esta Anta no período de transição do Neolítico Médio para o Neolítico Final.

Tem um corredor orientado para a nascente, delimitado por blocos de granito retangulares, cravados na vertical. A câmara poligonal tem aproximadamente 3 metros de diâmetro, e é formada por 6 esteios de granito de forma retangular, muito irregulares, aguçados nas pontas, alguns dos quais já se encontram partidos.
O corredor tem um comprimento de 3,50 metros e uma largura de 1,10 metros.
O tecto foi encontrado partido no chão da câmara.
(fonte: internet)




Não sei se sentem o mesmo, mas quando visito estes locais, onde a mais antiga História começou, sinto arrepios.
Tento imaginar as figuras daquela altura, homens, mulheres, crianças, na sua vida tão simples, dedicados à terra e à caça...
É quase como uma viagem no tempo.

26 de agosto de 2016

Dia Internacional da Igualdade da Mulher





Hoje celebra-se o Dia Internacional da Igualdade da Mulher...

Não será propriamente uma 'celebração' dado que essa igualdade está ainda muito longe de existir, e que o digam as jovens que neste século são ainda castigadas, mutiladas e raptadas, por vezes apenas porque queriam estudar, outras vezes apenas porque sim...

Perdoem o desabafo, mas o simples facto de termos que lutar por uma 'igualdade' já me parece descabido.
Se o ser humano habita este planeta há mais de 2 milhões de anos, e se no inicio era uma sociedade matriarcal, onde a mulher era considerada quase um ser sagrado devido à sua capacidade de ser mãe, de organizar um lar e até de caçar, foi com as lutas para a conquista de território que se começou a dar mais importância à força física, logo ao homem.

Com as guerras por mais território e terras mais férteis para cultivo,começaram a surgir as primeiras aldeias, depois as cidades, Estados, e Impérios, criando-se as sociedades patriarcais, em que predomina a lei do mais forte.
A mulher tinha de ficar em casa, pois, quanto maior o número de filhos, mais soldados e mão-de-obra para cultivar as terras.

Se observarmos os 'deuses' dominantes que se foram sucedendo, conseguimos facilmente perceber que importância se atribuía a cada sexo.

Nas primeiras civilizações, a criação do mundo era atribuída a uma deusa-mãe, sem auxílio de ninguém. As primeiras deusas eram figuras femininas, a deusa Terra, por exemplo.

Com as alterações sociais a figura feminina acabou por ser substituída por figuras masculinas, levadas ao cumulo do homem parir a mulher, ou de pegarem em velhos rituais realizados ao deus Sol e os transformarem em cultos personalizados e seguidos ainda por muitas religiões...

O que tornava a figura feminina especial, sagrada, doadora da vida e símbolo da fertilidade para as colheitas, começou a ser visto como um pecado. E, para que nem restassem duvidas, ela era, obrigatoriamente, a culpada de todos os males no 'Jardim do Paraíso'...

Até os seus dons como curandeira e parteira, adquiridos ao longo dos tempos a cuidar da sua família, começaram a ser perseguidos como se de bruxas se tratassem. E muitas assim foram torturadas e queimadas por representarem uma ameaça à comunidade médica e ao poder instituído.

Um dia, quem sabe, e até porque a vida neste planeta tem sido feita de ciclos, voltaremos a uma sociedade matriarcal, e os mesmos erros continuarão a ser cometidos. Ciclo atrás de ciclo.

Era bom que homens e mulheres percebessem que não se trata de competição, nem de separação, nem de força, nem de sentimentalismo, nem de ideias mais que preconcebidas atribuídas a cada um, ...mas sim de união.

Quem já assistiu a um parto sabe que não há 'força' maior que essa, e a velha história que 'um homem não chora' está já há muito ultrapassada. Eu adoro ver uma lágrima nos olhos de um grande homem...

Termos as mesmas oportunidades, sem descriminação alguma, em qualquer área da vida; unirmos o que ambos temos de melhor, e voltarmos aos exemplos dos deuses andróginos do hinduísmo e ao conceito filosófico de "Yin e Yang", em que o principio feminino e masculino governariam juntos.

... Sim, sim, eu sei que não será no próximo século :)