(Dedicado a todas as vitimas)
E o mundo... fechou!
O sol brilhava lá fora
mas não aquecia ninguém,
a lua cintilava
mas não inspirava ninguém,
O sol brilhava lá fora
mas não aquecia ninguém,
a lua cintilava
mas não inspirava ninguém,
As ruas ficaram desertas
os poetas morreram, a música calou-se
ouvia-se apenas o silêncio
o som do silêncio,
e o vazio...
Trancaram-se as portas e fecharam-se as janelas,
os jardins pediam os risos das crianças
mas só o vento agitava os seus baloiços
os teatros, os cinemas, as lojas
só o vento passava por elas...
A poeira cobria pontes e estátuas
a ferrugem outras tantas coisas
teias, tal cortinados esfarrapados,
decoravam becos desabitados...
Os animais partiram
as andorinhas não voltaram
não mais se ouviu o canto do rouxinol
nem o miar do gato no quintal...
O avô contava histórias do passado
quando passeava na cidade
quando brincava com o cão
lendas, que ninguém acreditava...
E o bombista suicida, deambulava só
já não tinha uma multidão
não suportou a solidão
carregou no botão
e morreu sozinho!