23 de maio de 2017

Depois de 'MANCHESTER'

(Dedicado a todas as vitimas)
 
 
E o mundo... fechou!

 O sol brilhava lá fora

 mas não aquecia ninguém,

 a lua cintilava

 mas não inspirava ninguém,

 As ruas ficaram desertas

os poetas morreram, a música calou-se

 ouvia-se apenas o silêncio

 o som do silêncio,

e o vazio...

 Trancaram-se as portas e fecharam-se as janelas,

os jardins pediam os risos das crianças

mas só o vento agitava os seus baloiços

 os teatros, os cinemas, as lojas

só o vento passava por elas...

A poeira cobria pontes e estátuas

a ferrugem outras tantas coisas

 teias, tal cortinados esfarrapados,

 decoravam becos desabitados...

 Os animais partiram

as andorinhas não voltaram

não mais se ouviu o canto do rouxinol

nem o miar do gato no quintal...

 O avô contava histórias do passado

 quando passeava na cidade

quando brincava com o cão

lendas, que ninguém acreditava...

E o bombista suicida, deambulava só

já não tinha uma multidão

não suportou a solidão

 carregou no botão

 e morreu sozinho!


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