13 de janeiro de 2018

Não ADOPTE este silêncio!


"Não adopto este silêncio" é uma causa que surgiu baseada nas peças de Alexandra Borges e Judite França, jornalistas de investigação.
Como se não bastasse o que constantemente vimos a conhecer sobre a adopção de Crianças no nosso país, acabamos agora por saber também que a coordenação é tão boa que se permite até o tráfico para o estrangeiro.
De acordo com a investigação, a IURD forjava provas de que os pais das crianças que pretendia eram toxicodependentes, seropositivos, e que não visitavam sequer os pequenos. O Tribunal nada fez para saber se tais factos eram verdadeiros.
Por vezes ouvimos casos de negligência parental, mas nestes casos, tal parece que não existia.
Esses meninos e meninas estavam num lar, chamado 'Mão Amiga', gerido pela IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) a partir de 1994, e, enquanto os pais pensavam que os seus filhos estavam lá provisoriamente, os pastores e bispos desta instituição 'adoptavam-nas' de forma ilegal.
Afirmado pelas jornalistas, foi assim com dez dessas crianças, mas, sem rasto, sabe-se lá com quantas mais poderá ter acontecido o mesmo...
Estamos na Europa, num país civilizado, com leis que são cumpridas, que cumpre os Direitos Humanos ou isto é um lugar à 'beira mar plantado' do terceiro mundo??
'Vendemos' crianças a quem tenha dinheiro e influência para as 'comprar'?!
E ninguém denunciava este 'catálogo' de venda para o Brasil?
Sabe-se, pela Renascença, que no ano de 2000 o Instituto Português da Criança teve suspeitas de corrupção deste Lar, mas a Segurança Social não deve ter feito grandes investigações pois arquivou o processo no ano seguinte.
Aliás, muitas das crianças foram enviadas para lá pela própria Segurança Social e pelos Tribunais. Como é possível, se o Lar funcionava de forma ilegal?!
Mas o certo é que funcionou, de 1994 a 2001, em plena Lisboa, aproveitando-se de famílias em dificuldades...
Por seu lado, a IURD defende-se, dizendo que está a ser vítima de uma campanha, falsa e difamatória. A verdade é que o delator é alguém da 'casa', Alfredo Paulo Filho, que deixou de pertencer à dita em 2013, segundo eles porque teve 'condutas impróprias'.
No entanto, existem mais testemunhos de pessoas envolvidas, incluindo as mães das crianças.
Mais uma vez temos de agradecer as estas jornalistas por divulgarem casos revoltantes, que, possivelmente, só seguem para investigação devido a esta força da Comunicação Social. Vinte anos depois são finalmente abertos dois inquéritos, da Segurança Social e do Ministério Público. Os crimes já prescreveram, mas as mães podem processar o Estado. Mas os seus filhos estão possivelmente perdidos para sempre.
'Um Segredo dos Deuses' a que eu chamaria mais 'um segredo dos diabos'.
Já não é de agora que é graças a este jornalismo que conhecemos o mundo negro da adopção. Algo que, de tão frágil, devia ser tratado com muito mais respeito, carinho e atenção.
Infelizmente, as crianças parecem estar ainda no fim das prioridades deste país...

O que podemos fazer?

Voltando à 'causa', apelo também: Não adoptem este silêncio! (sim, para mim também com o 'p')
Nem este, nem nenhum outro que implique calar perante o sofrimento e a injustiça.
Parece que andamos cada vez mais conformados com o 'sistema', que é 'assim' e nada fazemos para o mudar, ou mesmo denunciar. Se não o fazemos torna-mo-nos cúmplices.
Vá a http://peticaopublica.com/inviter.aspx?pi=PT87834 e assine a petição.
Mas não faça só isso.
A indiferença não fará a diferença...

4 de janeiro de 2018

A importância de lavar as mãos!

(imagem da internet)


Apesar de uma auditoria, revelada em Dezembro de 2017, ter mostrado que as infecções hospitalares, adquiridas durante o internamento, tinham diminuído para 7.8%, quando em 2012 eram de 10.5%, continuamos ainda acima da média europeia, que é de 6.1%. Ou seja, o risco de contrairmos uma infecção, seja num hospital ou numa outra unidade de saúde, continua ainda muito elevado e preocupante.
Possivelmente, todos nós conhecemos alguém, ou temos alguém muito próximo, que já contraiu uma infecção num hospital, ou até faleceu da mesma. Ouvimos contar que o 'Sr. Martins' foi internado com um AVC e faleceu com uma infecção respiratória, que a 'senhora Conceição' foi operada à vista e faleceu com uma septicémia, que aquele amigo que fazia hemodiálise acabou por contrair uma infecção estranha...
Sim, ouvimos tudo isso, mas pouco ouvimos do que se tem feito para evitar que estas mortes aconteçam, ou até mesmo que o hospital tenha sido responsabilizado e processado.
Um relatório de 2015 chegou até a comparar estas mortes com as de acidentes de viação, e o número das que foram associadas a infecções nos internamentos era sete vezes maior: uma média de 12 casos por dia, 4606 mortes em 2012.

E o que se pode fazer para o evitar?

Uma investigadora do Porto, Manuela Oliveira, responsável pelo projecto PathoWatch.med., desenvolveu um programa que monotoriza todos os meses as superfícies dos #hospitais. Pretende, assim, investigar a ‘pegada’ microbiana dos pacientes que entram nas unidades de saúde, monotorizando os puxadores das portas, cortinas, camas, carrinhos de apoio, tabuleiros cirúrgicos, desde o Recobro ao Bloco de Cirurgia, onde as infecções parecem ser maiores.


Mas, seja pela grande afluência destes locais, falta de profissionais (e profissionalismo!), pela falta de consciencialização e até de condições financeiras, muitos destes procedimentos não são feitos. Veja-se por exemplo o caso das doenças respiratórias, onde seria fundamental colocar o doente num quarto privado e que todos os que o visitassem usassem máscaras, enfermeiros, médicos, visitas, e até o próprio paciente sempre que saísse do quarto.
Não vemos nada disto acontecer. Pelo contrário. Aliás, já me aconteceu ter de levar a minha filha comigo a uma urgência e, quando pedi uma máscara para ela, o enfermeiro que estava na triagem olhou-me com espanto!
O hospital funciona como um centro onde bactérias, vírus e muitos outros microrganismos, podem ser transmitidos de uma pessoa para outra e, se estas pessoas estão enfraquecidas, serão uns óptimos hospedeiros. Sofrem ainda da agravante que as bactérias que os atacam são, na maioria, mais resistentes a antibióticos porque já os receberam.
Imagine um paciente ligado a sondas e cateteres, sem mecanismos de defesa e com a flora intestinal aniquilada pelos antibióticos. É como que cultivar numa terra fértil!
A nossa pele, boca, intestinos, têm a protegê-los uma imensa flora bacteriana; mas quando tomamos antibióticos ou quimioterápicos matamos esses seres vivos, e criamos um terreno desocupado favorável à colonização de fungos e bactérias.

E o quanto é importante lavar as mãos?

Em meados do século XIX, o médico húngaro Ignaz Phillip Semmelweiss apercebeu-se que as mãos podiam estar no principio da transmissão de infecções, quando as suas parturientes morriam após terem sido examinadas pelos estudantes de medicina que também faziam autópsias.
Aliás, e curiosamente, antes dele, as mulheres já tinham alguma 'desconfiança' disso, pois só queriam ser atendidas por parteiras que não trabalhassem em salas de autópsia...
Mas foi este médico que instituiu a higienização das mãos com fenol e cloro.
Se pensarmos que usamos as mãos praticamente para tudo o que fazemos, não é de estranhar que elas possam ser um dos principais veículos de transmissão de infecções. Logo, é de estranhar (e lamentar!) que o hábito da sua lavagem ainda não se tenha enraizado nos hábitos da população, nem sequer dos profissionais de saúde!
Quando estes observam um doente colonizado com uma bactéria resistente, esta acaba por ficar nas suas mãos, se de seguida forem atender outro paciente podem infectá-lo de imediato, e ainda com maior facilidade se for alguém debilitado.
É importante também que quem visita os seus parentes e amigos doentes nos hospitais, seja alertado para a importância de desinfectar as mãos.Tanto à entrada, como à saída. As crianças não devem fazer estas visitas. Relativamente a recém nascidos, devemos lembrar que estes pequenos seres ainda não possuem flora intestinal que os proteja das bactérias alheias. Assim, visitantes doentes, nem que seja com pequenas infecções, devem ser impedidos de entrar. E pegá-los ao colo apenas se pesarem mais que 2.5 kg, e de mãos desinfectadas. Os beijinhos, embora carinhosos, são de todo desaconselháveis.

E como devem os profissionais lavar as mãos?

Dizem os intendidos:
1º As mãos devem ser molhadas e só depois colocar o sabão, que deve ser liquido.
2º Esfregar bem as palmas, as costas, os dedos e entre os dedos. Atenção também às unhas. Existem espátulas que ajudam a limpar as unhas mais compridas.
3º Ao enxaguar, os dedos devem estar voltados para cima.
4º Para secar as mãos, devem ser usadas toalhas de papel (nunca de pano!), que serão usadas também para fechar a torneira e depois eliminadas.
Infelizmente, também, como já referi, médicos e enfermeiros não cumprem rigorosamente estas normas. Num Congresso de Infectologistas foram até filmados estes profissionais a saírem da casa de banho sem lavarem as mãos.
Infelizmente parece que a técnica não é ensinada nas faculdades...
Talvez caiba a nós, pais, ensinar os nossos filhos a adquirir estes bons hábitos desde bem pequenos. Quem sabe não serão um dia profissionais de saúde?! Sejam, ou não, este simples gesto pode fazer a diferença entre a vida e a morte; e, numa época em que proliferam as gripes, não é demais alertarmos para essa prática.
Seria muito bom um dia podermos ter Hospitais e Centros de Saúde com ‘Bandeira Azul’, tal como encontramos nas praias que não apresentam riscos para a saúde. Sim, porque afinal, é para curarmos as nossas doenças que procuramos estes locais, não para contrairmos outras, por vezes ainda mais graves, que nos podem até matar!

Sigam-me em Blasting News:
https://pt.blastingnews.com/saude/2018/01/a-importancia-de-lavar-as-maos-002264241.html