11 de outubro de 2020

Por trás da Cara de um Anjo - As Guardiãs III


A Guardiã seguinte foi escolhida pela sua controvérsia e pela determinação que mostrou em chegar ao trono da China:

A Imperatriz Wu Zetian.

Apesar de viver num país patriarcal e sexista, seu pai sempre a encorajou a ler, escrever, e a desenvolver o seu raciocínio.

Começou como lavadeira no palácio, mas não se importou em quebrar protocolos, procurando conversar com o Imperador sempre que com este cruzava nos corredores. Depressa, esta intimidade, a fez ser promovida a secretária, o que lhe permitiu aproximar-se da política e do poder. Apesar de, inicialmente, ser apenas mais uma concubina, os chefes de Estado acabaram apaixonando-se por ela, e assim conseguiu afastar esposas e outras rivais concubinas.

Naturalmente, Wu Zetian acabou por se tornar imperatriz em 655.

Esta união tinha grandes opositores, pois consideravam este casamento incestuoso.  Ela já tinha sido amante do pai do Imperador. Todavia, e como se costuma dizer, a sorte favorece os audazes. O soberano teve um AVC grave e Wu assumiu todas as funções de chefe de Estado.

Uma das suas medidas imediatas foi decretar a morte das antigas rivais.

Não hesitou também em afastar do poder os seus próprios filhos, governando a China durante 15 anos.

Controlou o seu império com uma rede de espiões e policia secreta, evitando que qualquer oposição tivesse tempo para ganhar  força.

No entanto, viciada em afrodisíacos e dedicando quase toda a atenção aos seus concubinos, Wu desvirtuou os assuntos do Estado,

acabando por entregar o trono ao único filho ainda vivo.

Porque a escolhi, se não era propriamente um poço de virtudes?

A guardiã de algo tão precioso, como o Diário de Maria Madalena, teria de ser mulher, determinada, e instruída.

E Wu Zetian era tudo isso.

O mundo onde se perdeu era aquele que conhecia de bem perto, o qual, se fosse homem, teria sido aceite com toda a normalidade.

Sim, também por isso.

 

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